Bom dia Amigos na luz.
Reproduzo a seguir, o depoimento de uma amiga muito cara que
abriu o seu coração e nos falou sobre a sua visão da Umbanda.
Espero que este relato possa nos inspirar e fazer-nos perceber o
que realmente e importante e o que nos une na seara do trabalho na Luz.
“Muito se fala, escreve, estuda sobre a origem da Umbanda. Eu
sei do que sinto, a partir do que pude aprender aqui e ali, pesquisando,
ouvindo e também na vivência no Terreiro que frequento.
Uma das primeiras coisas foi o som. O tambor que, depois
descobri, chama atabaque. A batida.
A gente gosta de uma música aqui de um cantor aqui, de uma
cantora ali… E um dia descobre que aquilo era tudo ponto. Em geral, das linhas
com as quais mais nos afinizamos.
Me faz pensar que a Umbanda não está só em mim. Está no Brasil.
Essa é uma das perspectivas que mais me emociona: penso na
nobreza e no sofrimento dos ancestrais que chegaram aqui. Traídos pela
escravidão, separados da família apartados pelo idioma.
Isso foi o quer um lado se fez na história deles. Mas me orgulho
pelos que eles fizeram a partir daí.
Fizeram história. Nas restrições e imposições que lhes eram
infligidas, criaram meios para fazer o que era de seu desejo. É pra louvar o
santo do sinhô? O negro não ajoelhava, apenas. Deitava no chão de corpo
inteiro. Por que na imagem de barro havia incrustado, num momento oportuno, o
fundamento do santo que era dele, negro.
E até hoje repetimos o gesto. Porque bater cabeça é mostrar
nossas lembranças do passado e afirmar nossa vontade em relação ao presente:
dispor nosso corpo e nossas ações à bandeira que defendemos.
“Pombinho branco, mensageiro de Oxalá
Leve essa mensagem de todo coração até Jesus
Diga que somos soldados de Aruanda
Trabalhamos na Umbanda semeando a sua Luz”
Bandeira, causa que criou um produto do Brasil: o sincretismo.
Porque quando se chega num terreiro um ser que se declara ateu, agnóstico,
espiritualista ou simplesmente alguém que precisa de ajuda, ninguém vai
perguntar muita coisa: quanto Caboclo a gente não vê só trabalhar, mais nada,
depois da resposta à pergunta“O que você veio buscar no pé desse Caboclo, fio?”
Filho sim, porque embora existam lá as distinções decorrentes da
vivência na religião, no amor das entidades não importa se pra pessoa que está
ali, Jesus é Oxalá ou Jeová. Importa o merecimento que o filho tem e o quando
da vontade dele está de acordo com a Lei Maior e a Justiça Divina.
“Eis aqui vossa filha, me ponho a serviço das Suas Forças e da
sua Lei.”, prece que aprendi com uma das pessoas que mais dá conta de mostrar
na prática e na vida o que é Umbanda.
Umbanda é amor. É caridade. É disciplina. É atitude.
Atitude de manter o foco na evolução e de se concentrar no Amor,
mesmo quando o “mundo cão corporativo” te instiga a outras atitudes.
É caridade de amparar aos irmãos, ainda que nossas condições
materiais permitam oferecer “apenas” um sorriso, um abraço, um copo d’água.
È disciplina de zelar pela saúde física e exigir do corpo a
capacidade de cumprir os preceitos, de segurar o tranco de uma incorporação, de
um trabalho na mata…
É atitude de abrir mente e coração pra compreender que o que se
ganha num Terreiro é força e ânimo para correr e fazer acontecer o que
precisamos: “A fia precisa de trabalho? Então, no dia que for sair pra procurar,
acenda essa vela, que essa Cabocla estará com você.”
Estará sempre, a gente sabe, mas nunca fazendo o que cabe a nós
fazer. Acho que essa maternidade das entidades é tão responsável porque vem de
uma escolha que também é nossa, dos filhos.
No meu caso, mais do que uma conquista, uma vitória. Porque o
percurso até afirmar que queria me firmar, desenvolver no trabalho mediúnico
não foi fácil (Pra quem é, não é mesmo?)
Como correr o risco de explicar para as amigas, Irmãs de Maria,
que Oxum é parecida, porque, entre outras coisas, vibra no amor de mãe?
Quem me conhece sabe que, no modo como conduzo minha vida, mais
importante do que falar é mostrar, por isso a bandeira de Oxalá que levanto é
tecida no sorriso, no acolhimento da Oxum, na determinação em zelar pelo que é
certo, começando pelas minhas ações, como Ogum ensina e na Lei que guardo no
amparo da Pomba Gira.”
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Eterno Aprendiz Espiritual (Facebook e Blogspot)
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