Gostaria de dividir algumas ideias
sobre mediunidade e como ela flui.
E como nos médiuns, nos questionamos
sempre, e nos preocupamos para estarmos cada dia mais sintonizados em nossos
mentores (Entidades).
O texto abaixo fala de Médiuns na
Umbanda, mas não vejo como isso seria diferente em qualquer outra filosofia que
utiliza médiuns no processo de trazer do mais alto do altíssimo a Luz que tanto
seres necessitam.
Esta Luz esta em todas as casas de
Luz, junto a todo o Trabalhador na seara da Luz, que buscam estar preparados
para serem um melhores instrumentos do Criador dentro da Evolução.
Estes trabalhos na Luz que sempre
estarão sendo realizados dentro da Lei Maior, Justiça Divina e do merecimento
de todos os envolvidos.
Lembrando sempre que com muito amor
no coração, ética e trabalho ao lado de nossos mentores (guias) estamos
subindo, trabalho a trabalho, os degraus luminosos de nossa evolução
espiritual.
Que Oxalá (Deus) abençoe a sagrada
mediunidade que existe dentro de um de nos.
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“A MEDIUNIDADE NA UMBANDA
Dando
seqüência a essa série de artigos, voltamos a conversar com vocês.
Quem se detém a estudar às obras
espíritas, sejam Kardecistas ou umbandistas, conclui que a totalidade dos autores afirma, categoricamente, que os
médiuns completamente inconscientes são casos raros, raríssimos, sendo que
muitos defendem a mediunidade consciente como perfeitamente cabível nos
trabalhos de Umbanda e outros (como Matta e Silva, por exemplo), não admitem o
médium consciente total, exigindo, para uma incorporação autêntica, a semi-inconsciência,
onde o aparelho fica como que aturdido e
sem forças para intervir naquilo que a
Entidade está querendo dizer.
O fato é que este ponto é um problema
muito delicado para a prática da mediunidade, pois, só com muita experiência,
conseguimos fazer com que o nosso psiquismo não interfira no trabalho dos guias
e protetores, principalmente quando o médium está lidando com pessoas de suas
relações mais chegadas, ou com parentes seus. Tirar a cabeça do médium dos
trabalhos do Guia é, justamente, uma das coisas mais difíceis de se conseguir,
quando se é novato, pois sempre acarreta dúvidas e preocupações, mormente
naqueles que receiam o fantasma da mistificação.
O mais engraçado é que pouquíssimos
têm a coragem e a decência de se confessarem conscientes ou, pelo menos,
semi-inconscientes querendo todos passar por médiuns mecânicos ou inconscientes totais, o que a
meu ver, já é uma prova de deslealdade incompatível com o verdadeiro sacerdócio
da missão mediúnica, na sua acepção mais profunda. Eu mesmo, quando comecei na
Umbanda, mantive a idéia, plenamente enraizada, de que mediunidade era sinônimo
de “inconsciência” na hora do transe mediúnico.
Quando comecei a sentir as primeiras vibrações de
aproximação das Entidades, entrei em verdadeiro ESTADO DE PÂNICO, simplesmente
porque, comigo, não estava acontecendo, aquilo que todos em minha volta
afirmavam: que eram médiuns inconscientes.
Mas não há mal que não traga um bem.
Comecei a desconfiar que TODOS não fossem tão inconscientes assim, quando, em
mim, a consciência estava bem presente e
firme.
Só havia um recurso: estudar o
assunto.
Foi o que fiz, com vagar, com
persistência e paciência.
Hoje, com uma apreciável bibliografia
à minha disposição, posso afirmar COM AUTORIDADE, “que todos aqueles que se
diziam “inconscientes totais” estavam “mentindo”, não sei com que intuito. A
mediunidade mecânica, inconsciente, em que o aparelho ficam como se estivesse
em sono profundo é extremamente raro no mundo inteiro, contando-se nos dedos
aqueles que, verdadeiramente, o são.
Na verdade, o que se passa no chamado
“desenvolvimento” (palavra inadequada) é que as Entidades “tomam o médium” em
três fases distintas, a saber:
1º) – Domínio das faculdades
sensoriais;
2º) – Domínio das faculdades
motoras;
3º) - Domínio das faculdades psíquicas.
As primeiras manifestações são
sensoriais, isto é, o médium começa sentindo “algo de estranho”, mãos geladas,
braços e pernas dormentes, frio na espinha, na cabeça, na boca do estômago,
etc. É a atuação das Entidades sobre os
plexos nervosos, como primeiro sinal de sua aproximação.
Em seguida, as Entidades passam a
dominar as “faculdades motoras” e o médium sente impossibilidade de desfazer
certos gestos e atitudes que ele tomou SEM SABER PORQUE, mas que não “tem
forças” para impedir. Quando um Caboclo DE VERDADE prende o braço esquerdo do
médium nas suas costas, imóvel, horas e horas, ou quando um preto velho verga
as pernas do médium, este não sabe porque, mas obedece, embora esteja
“consciente” de que está fazendo aquele gesto ou tomando aquela atitude.
São as suas faculdades motoras que,
secundando as manifestações sensoriais estão sendo “tomadas” CADA VEZ MAIS PELA
Entidade, à medida que o seu organismo se prepara para a missão mediúnica.
A última faculdade a se entregar ao
domínio dos Guias e protetores é, justamente, o psiquismo do médium, a sua
consciência, a sua “guarda” para tudo de estranho que está acontecendo com ele.
Quanto mais culto o aparelho, maior a sua resistência a entrega do seu
psiquismo `atuação das Entidades de incorporação.
Em primeiro lugar, vem o natural e
louvável auto-policiamento do médium
que, quanto mais bem intencionado estiver, mais receoso ficará de estar sendo tomado por sugestões neuro-anímicas
motivadas pelo ambiente dos terreiros. Quanto mais ele se auto-policia, mais o
seu psiquismo interfere, fazendo com que a Entidade que se aproxima só consiga
tomar 20% ou 30% da sua vontade. É por isso que todo médium, seja qual for,
começa muito anímico, com 10%, 20% ou 30% de incorporação ,e conseqüentemente,
com 90%, 80% ou 70% de interferência do seu próprio “eu” nos trabalhos do Guia.
Só com o tempo (muito tempo), à medida que o médium vai tomando ciência do
“sucesso” dos trabalhos do seu Guia, é
que as suas resistências psíquicas vão se quebrando e ele começa, então, a progredir na escala
de incorporação, muito temo ainda, com 40% ou 50% do seu psiquismo "Fora
do ar"” Os grandes estudiosos do assunto consideram 50% uma "boa
incorporação”, o que nos leva a concluir que a coisa é muito ‘seria mesmo. De
50% para cima o médium vai se apagando numa espécie de “aturdimento” crescente
com a porcentagem de incorporação conseguida, isto é, de domínio da Entidade
sobre o seu psiquismo. Os grandes médiuns, que trabalham com ótimos Guias e dão
boa passividade, ficam na faixa dos 70%, chegando, às vezes, aos 80%. Jamais
passam de 80%.
Muita Paz.”—