Conforme eu o lia, lagrimas caiam de meus olhos, e sentia
que muitos iam enteder o que e esta caridade que tanto falam e que tantos nem
imaginam que seja.
Eu só posso pedir para sempre podermos ter o carinho e o
aconselhamento desta linha tão querida, que cuida tanto de seus filhos e os
levam cada vez mais para perto de Zambi (Como eles chamam Deus).
Que Zambi (Deus) abençoe a todos os trabalhadores na Luz e
nos coloque sempre a disposição dos pretos velhos para ajuda-los no trabalho
dos mais desamparados de corpo e alma.
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Eterno Aprendiz Espiritual
O encontro com o Criador que existe em cada um de nós
OBS1: Coloco-me a disposição para responder qualquer dúvida sobre os
textos em relação a Espiritualidade, Mediunidade, Kardecismo, Espiritismo,
Umbanda, Apometria, Reforma Íntima, Deus, das coisas Deus e de nós, filhos de
Deus. E de pesquisar quando for necessário para ajudar a compartilhar a Luz do
conhecimento de Deus.
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Faz caridade fio, faz caridade fio!
Assim era as fala do negro Ambrósio através do aparelho
mediúnico que lhe servia de canal para fazer proseador.
Não era a primeira que aquele consulente ouvia esse conselho
do Pai Velho, já havia se passados oito meses desde o primeiro dia que aquele
senhor tinha adentrado ao terreiro, passando a fazer parte da assistência,
sempre voltando ao negro Ambrósio para tirar suas duvidas.
Naquele dia ele estava decidido. Iria perguntar ao Velho porque
toda vez que falava com ele escutava o mesmo conselho?
Será que como espírito não estava vendo que ele já estava
fazendo sua parte?
Esperou ansioso a sua vez. Aquela noite seria especial, seria
diferente das outras, aquele encontro marcaria uma nova etapa no caminhar
daquele senhor.
Como sempre fazia, mais por repetição do que mesmo por convicção,
se ajoelhou diante do negro Ambrósio e foi dizendo:
Benção vô Ambrósio, hoje venho lhe pedir uma explicação para
melhor entender o que o senhor me diz.
Oxalá te abençoe meu fio! Negro Ambrósio fica feliz com sua
presença e gosta de fazer proseador com todos os fios que aqui vem.
Meu vô, como o senhor mesmo sabe já faz algum tempo que venho
a essa casa e falo com o senhor. Como já lhe disse não tenho uma situação
financeira ruim, ao contrário, nunca tive problemas dessa ordem o que sempre me
facilitou uma vida com fartura e bem-estar desde a infância.
Certo meu fio, negro Ambrósio já tem cunhecimento de tudo
isso que suncê falou.
É meu vô, por essa razão gostaria de lhe perguntar porque o
senhor toda vez que fala comigo me aconselha a fazer a caridade? O senhor não
já sabe que faço isso todo mês entregando gêneros alimentícios aos que estão
carentes?
Além do que, na minha empresa mantenho uma creche para os
filhos dos meus empregados para que assim possam trabalhar com mais tranquilidade.
Por isso gostaria que me explicasse o porquê desse conselho, dentro da minha
consciência cumpro com meu compromisso.
É verdade meu fio, tudo isso que suncê falou pra negro veio,
faz parte de seu compromisso e fio cumpre direitinho sua parte.Porém fio esse
compromisso faz parte de seu social.
Suncê alimenta o corpo material que precisa de sustentação
pra ficar de pé, pois se não for assim fio tem prejuízo, só que o fio também precisa
distribuir o pão espiritual e assim fazer a caridade.
Não entendi meu vô seja mais claro? Que caridade espiritual
é essa?
É a mesma que esse meu aparelhinho faz aqui no terreiro. Suncê
precisa assumir sua condição de médium.
Espantado, disse o senhor: como é que é vô Ambrósio o senhor
está me dizendo que tenho compromisso com a mediunidade na Umbanda é isso?
É isso sim, meu fio. Suncê tem compromisso com essa banda.
Ante as muitas verdades que ele já tinha ouvido, nunca uma afirmação
estava tanto a lhe remoer a alma. Como seria possível?
Achava bonito a Umbanda, gostava do cheiro das ervas e do
cachimbo dos vôs, mais daí então a ser médium era demais para ele. Mesmo de
forma acanhada buscando aparentar tranquilidade aquele senhor disse ao vô:
Meu vô acho que há um equívoco, pois nunca senti nada a
respeito da mediunidade.
Num sentiu porque se prende e que não quer dizer ou suncê acha
que nego veio não vê o companheiro de Aruanda que lhe acompanha e que hoje está
dando autorização pra fazer esse conversado? Meu fio diz que gosta do cheiro
das ervas e desse terreiro
o que é uma verdade – mas o que fio não se vê é dobrando o
corpo para prestar a caridade, deixando assim que seu Pai Preto também lhe
traga lições para seu caminhar. Então meu fio, enquanto suncê não entender,
nego veio vai continuar repetindo o conselho: faz caridade fio, faz caridade
fio! Mesmo que tenha que arrepetir isso por muitas veis, pois água mole em
pedra dura fio, tanto bate inté que fura. Olha fio! Eu tenho um compromisso
moral com esse companheiro de Aruanda que te acompanha e te agaranto que não
será de minha parte que não será cumprido.
Pensa no que esse veio te falou e dispôs vem prosear
novamente, pois o passo de veio é miudinho e devagarzinho, só tem uma coisa
fio: o tempo corre e espero que suncê queira aproveitar enquanto tá desse lado de
cá!
Aquele senhor se levantou da frente de negro Ambrósio sem dizer
mais nenhuma palavra, seria preciso tempo para digerir tudo que ele tinha ouvido.
Oito meses se passaram depois daquela prosa, ninguém no terreiro
tinha visto novamente aquele senhor na assistência.
Era 13 de maio, gira festiva de preto velho, os trabalhos
tinham se iniciado. Negro Ambrósio olhava para a porteira do terreiro como se
estivesse a esperar por alguém e assim cantarolava “acorda cedo meu fio, se com
velho quer caminhar, olha que a estrada é longa
e velho caminha devagar, é devagar, é devagarinho quem anda
com preto velho nunca ficou no caminho”.
Acostumados com a curimba os filhos da corrente repetiam os
versos sem perceber que naquele dia a entonação estava mais dolente. Mais um
filho de Zambi venceria uma etapa, mais um seria libertado.
E foi olhando para a porteira que negro Ambrósio viu aquele senhor
adentrar no terreiro, com os olhos rasos d’água e de joelhos se postar assim
dizendo: Vô Ambrósio se é verdade que tenho essa tal mediunidade aqui estou
para aprender a fazer caridade, nesses 8 meses minha vida perdeu a alegria,
relutei muito para chegar aqui novamente e não nego que fugi por vergonha se
ainda houver tempo…
Aquele senhor nem chegou a ouvir a resposta do negro Ambrósio.
Do seu lado já se encontrava um negro que de forma doce e amorosa assim falou:
Meu fio a quanto tempo espero por esse momento, por esse reencontro. Vamos
trabaiá meu fio nas bênçãos de Zambi e na fé de Oxalá!
Diante dos filhos daquela corrente, aquele homem branco, de olhos
claros, quase translúcidos, alto, dava passagem nesse momento a mais um preto
velho e foi curvando aquele corpo que se ouviu a voz da entidade assim dizer:
Bendito e louvado sejam o nome de nosso Pai Oxalá! Saravá negro Ambrósio! Pai
Joaquim das Almas se fazpresente nesse Gongá!
Saravá Pai Joaquim!
E daquele dia em diante mais um filho começava a sua caminhada.
Mais um chegava a corrente da casa. Mais uma estrela passou a brilhar nos céus
de Aruanda!
Saravá Preto!!!
A.D. Mensagem recebida por email.
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