Que Pai Oxalá (deus) abençoe a todos.
Venho trazer uma entrevista com Rubens Saraceni que eu estava lendo na web.
Venho trazer uma entrevista com Rubens Saraceni que eu estava lendo na web.
uma
entrevista que ele deu para a “Revista Cristã de Espiritismo” falando de vários
aspectos em relação à Umbanda.
E claro que ele não e único a ser ouvido em questão
dos processos em relação a umbanda, mais e importante que seja colocado estes
aspectos de uma forma global na sociedade.
Não faz muito tempo, as pessoas que seguiam a
Umbanda, eram chamados de macumbeiros, de forma pejorativa. Como se a pessoa
praticasse magia negra.
As pessoas que chamam os Umbandistas de
Macumbeiros, não sabem que este termo tem a ver com a madeira de que os
atabaques antigamente eram feitos, a arvore chamava macumba, e isso há mais de 100
anos.
Um dos pontos que me chamou atenção foi sobre o processo
de estudo dos médiuns dentro da Umbanda.
Que Oxalá (Deus) e Oxóssi (Co-Criador) iluminem e abram a capacidade de cada um de nos para a absorção desta luz do conhecimento.
Republicada (10/09/2012)
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Eterno Aprendiz Espiritual (Facebook e Blogspot)
O encontro com o Criador que existe em cada um de nós
OBS1: Coloco-me a disposição para responder qualquer dúvida sobre os
textos em relação a Espiritualidade, Mediunidade, Kardecismo, Espiritismo,
Umbanda, Apometria, Reforma Íntima, Deus, das coisas Deus e de nós, filhos de
Deus. E de pesquisar quando for necessário para ajudar a compartilhar a Luz do
conhecimento de Deus.
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--“Entrevista com Rubens
Saraceni - REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO -
Escrito por JUCA
JUCA: O estudo teológico da
Umbanda e o desenvolvimento mediúnico realizado num dia específico foram
iniciativas suas?
RUBENS SARACENI: Em relação
ao desenvolvimento, não acredito que tenha sido pioneiro, logo que abri o
Centro, foram surgindo pessoas com mediunidade que precisavam se desenvolver e
nos dias de trabalho, o espaço físico mal comportava os médiuns e a
assistência, sem contar que nesses dias a carga é muito pesada, então, apenas
segui a orientação da espiritualidade para que destinasse um dia apenas para os
médiuns em desenvolvimento. Segundo a espiritualidade, o médium que precisava
se desenvolver poderia entrar em contato com uma energia negativa e por falta
de conhecimento, teria dificuldade em livrar-se dela. Nos dias reservados ao
desenvolvimento, acontecem giras normais, só não há assistência e nessa
oportunidade, os médiuns podem aprender a reconhecer as energias próprias de
cada Entidade e de cada Orixá. O estudo teológico de Umbanda sim é pioneirismo
nosso.
JUCA: Como o curso de
teologia alertou para a necessidade de os médiuns estudarem?
RUBENS SARACENI: Veja bem,
cursos e livros sobre a Umbanda existem desde 1930. Naquela época, os
umbandistas acharam que esse recurso era necessário para aqueles que queriam
praticar a Umbanda e não sabiam como. Agora um curso específico, voltado
apenas à formação religiosa da pessoa, independente de assumir sua
mediunidade ou não, é atual, pois até então, esse tipo de curso era voltado
unicamente para aqueles que praticavam a religião.
Por orientação da
espiritualidade, nós abrimos esses cursos para todos aqueles que quisessem
conhecer a religião da Umbanda, sem implicar na adoção da religião na sua vida.
É um curso relativamente curto, que muitos dirigentes já passaram adiante, não
apenas para seus médiuns, mas também para a assistência, que passam a adotar a
religião não por medo ou temor, mas porque passam a admirar a Umbanda.
O Curso Livre de Teologia
de Umbanda é bastante dinâmico, acompanha a evolução da religião e da sua
linguagem, adaptado às necessidades das pessoas que o procuram. Eu não criei
esse curso, fui apenas o canal utilizado por Pai Benedito de Aruanda, Pai Beira
Mar Mestre Seimam e outros espíritos. Fui aquele que batalhou a ferro e fogo a
tantas resistências, que hoje já não são tantas, porque o número daqueles que veem
que a religião precisa se adaptar aos novos tempos, na sua apresentação
pública, está crescendo. A Umbanda não pode mais ser apresentada como no
passado: “Ou você vem por amor, ou vem pela dor”. Por mais que isso possa ser
verdade, hoje esse amor é porque o médium aceita a Umbanda como sua religião, e
a dor é porque ele é médium e pode ter alguma dificuldade espiritual e a
Umbanda pode diminuir essa dor ou até anulá-la a nível espiritual.
JUCA: Então a Umbanda é
conhecimento?
RUBENS SARACENI: A Umbanda
só vai se fixar no plano material como uma grande religião no dia em que ela
usar o conhecimento como um fator para atrair as pessoas. O Budismo atrai as
pessoas, não através do Buda, mas através das mensagens do Buda. O Cristianismo
não atrai as pessoas pelo Cristo, o homem crucificado, mas pelas mensagens
deixadas pelo Cristo. A Umbanda não vai atrair as pessoas pela sua dor, mas
pela mensagem regeneradora, curadora, salvacionista, redentora. Principalmente
redentora.
A Umbanda tem uma missão
redentora que ela ainda não assumiu de público. Todos nós sabemos que existem
problemas carmáticos de difícil solução, que são resolvidos através do
desenvolvimento da mediunidade, do trabalho desses problemas com o auxílio da
espiritualidade, para que esses problemas acontecidos em outras vidas tenham
uma solução através do espírito. Isso é a redenção do Ser. A Umbanda tem isso
a oferecer, mas ainda não está usando a melhor linguagem para levar isso às
pessoas. No dia em que essa linguagem se tornar uniformizada entre todos os
umbandistas, a Umbanda se tornará tão atratora, que as outras religiões terão
não um adversário, mas um exemplo de como transformar o ser humano, transmutar
o íntimo dele, espiritualizando-o cada vez mais. Os umbandistas precisam
entender que essa espiritualidade que me usou como canal não é estática, mas
se transmuta com o passar do tempo. Sua linguagem e conceitos se transmutam, e
toda uma forma de abordagem religiosa e pregação doutrinária está sendo
formada.
JUCA: Hoje, há um grande
número de canais de mídia que tem aumentado a divulgação da Umbanda, e como
conseqüência, há também uma maior exposição. Essa exteriorização é positiva?
RUBENS SARACENI: Não é da
melhor forma possível que isso está acontecendo. Mas é da forma que ainda é
possível. E antes que se torne impossível, nós temos que ocupar esse espaço. Se
não fizermos dessa forma, não teremos acesso a meio de comunicação nenhum.
Nacionalmente, a Umbanda está excluída dos meios de comunicação. Restaram-nos
as iniciativas isoladas de pessoas corajosas, em diversos locais, levando
informações aos seus grupos. Às vezes isso gera curiosidade, e até reações
negativas por parte de alguns umbandistas, e até que se gere um canal de
comunicação em massa na Umbanda, haverá problemas ainda.
JUCA: A Umbanda vem se
tornando mais conhecida, e com isso está se distanciando do candomblé e do
espiritismo. Então podemos dizer que ela vem se setorizando?
RUBENS SARACENI: Está
havendo um grande movimento de identificação, que inclusive conta com meu
apoio. Grandes líderes candomblecistas vêm se esforçando para dar uma
identidade ao candomblé. Embora seja a casa mãe de todos os cultos de nação
africana, eles estão lutando para preservar sua identidade. Eu acho isso muito
positivo e tenho lutado para dar à Umbanda essa identidade também. A partir do
momento que ela se distancia do Candomblé e do Espiritismo, ela assume uma
identidade como religião. Não falo em separação, mas em assumir uma identidade
pública. Ninguém pode assumir uma identidade dupla. Na lei dos homens, é
qualificado como falsidade ideológica. Na religião é como acender uma vela para
dois deuses. Apesar de serem três religiões mediúnicas, são distintas, com
doutrinas e ensinamentos específicos.
JUCA: Ainda existe
preconceito e intolerância contra a Umbanda?
RUBENS SARACENI: Sim. A
Umbanda apesar de ser a religião mais tolerante que existe, é a mais
intolerada. Não apenas por membros de outras religiões, mas pelos próprios
umbandistas, que não a assumem. Existe uma intolerância latente, que torna
comum frases do tipo “umbandista é assim mesmo”... Existem muitas denúncias de
intolerância contra os trabalhos umbandistas, algumas culminando até com o
fechamento dos templos espirituais. Esses fatos foram se somando e levaram a
necessidade de pensarmos numa reação positiva, criando um movimento que
congregasse todas as vertentes em torno de propostas que beneficiariam a todos.
O maior entrave está sendo a dificuldade de mobilização. Sem um respaldo, como
chegar diante do Poder Público com meia dúzia de gatos pingados?
JUCA: Qual seria a solução?
RUBENS SARACENI: Hoje há um
chamado da espiritualidade no sentido de diminuir distâncias entre as
lideranças. O lado material da Umbanda precisa mostrar-se coeso. Hoje estão
surgindo várias iniciativas neste sentido, e eu entendo isso como um chamado do
Astral. Há uma iniciativa por parte do SOUEESP que visa reunir periodicamente
essas lideranças para se conseguir maior motivação e mobilização dos
umbandistas. Toda iniciativa tem um saldo positivo. São sementes que estarão
sendo lançadas e as que caírem em solo fértil, prosperarão. Há uma resistência
dos próprios umbandistas que vem se tornando cada vez mais evidente. Muitos
relutam em tornar isso público. Muitos fazem trabalhos maravilhosos, mas ficam
restritos aos seus próprios Centros. Isso precisa ser mudado, eles precisam dar
o seu voto de confiança para a religião, expondo-se publicamente, para que se
crie a sensação de grandiosidade, que existe, mas está oculta. Os umbandistas
ainda não entenderam que as mobilizações são motivadoras para novas adesões.
Nós somos muitos, e existe uma maioria silenciosa que está crescendo. Ainda é
uma coisa de boca a boca, fica restrito aos fundos dos quintais. Quando o
umbandista descobrir o seu poder de mobilização, e ver nesse poder uma forma de
valorização da sua religião e da sua religiosidade, aí a Umbanda conquistará o
seu espaço público e vai adquirir respeitabilidade. Essa mobilização vai trazer
o reconhecimento da Umbanda como religião.
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