terça-feira, 1 de maio de 2012

Minha Historia de 6.000 Anos Atrás - I


Por que existe a necessidade do véu do esquecimento [1] no processo de reencarnação [2]? Por que se vivemos muitas vidas, não teríamos conosco estas memórias ou pelo menos consciência delas? No final das contas, isso não seria mais producente? Daria, talvez, mais condições de um aprendizado consciencial?
O Universo tem este mecanismo para nossa própria salva guarda, pois sabe que, na maioria dos casos, adquirimos uma forma de reagir ao mundo e nos viciamos a ela. Não pensamos se é ou não a melhor forma, nem a mais eficiente. E, definitivamente, quando estamos cimentados em um determinado tipo de emoção, aí mesmo e que não mudamos de forma nenhuma. Então, para nossa evolução milenar, é necessária a marreta do Universo para que se possa quebrar as repetições consecutivas das tendências negativas em nós mesmos.
Por isso, é imprescindível que tenhamos uma vivência sem as tendências pré-adquiridas por causa das várias vidas repetindo os mesmos erros. Só assim deixaríamos de trazer características que nos são perniciosas, tendo condições de vivenciar sentimentos originais, novos, sem nos atrapalhar com as emoções negativas viciadas que acabamos agregando a nós mesmos. Como um dado que procura eternamente cair no número seis, quando, na jogada da vida, um simples número um seria suficiente para o nosso aprendizado completo daquela vivência.
Com o esquecimento, teremos oportunidade de viver algo velho, com o frescor do livre arbítrio, encontrando assim a possibilidade de mudar nosso aprendizado conscientemente. Vocês já ouviram, Amigos na Luz, falar em carma [3]? No aprendizado pela dor, pelo amor e pelo conhecimento? Saberiam dizer qual é a opção de desenvolvimento que a grande maioria dos seres humanos escolhe?
Infelizmente a esmagadora maioria (que num planeta de expiação e provas [4] como o nosso gira em torno de 90%) opta pela dor. É isso mesmo. Inclusive, as pessoas quase na totalidade dos casos, escolhem de forma inconsciente, achando que não são responsáveis pelas coisas vivenciadas por eles mas, sim, que os fatores externos os fazem sofrer. Bem poucos têm ideia do que está acontecendo ou do que estão fazendo a si mesmos.
Pensando que vão levar vantagem sobre os outros, escolhem a dor, mesmo que em pouquíssimos casos consigam realmente trilhar o caminho que se propuseram, pois optam por buscar o poder para atingir níveis cada vez maiores de controle. Sei disso da pior forma possível, como vocês verão.
No nosso planeta as escolhas que nos fazem trilhar o caminho pelo amor e pelo conhecimento são raras, existindo poucos felizardos que a realizaram. Tais pessoas podem ser consideradas felizardas porque apenas elas podem vivenciar seus carmas de forma mais participativa, consciente e, em alguns casos, optar até pelos melhores caminhos, totalizando 10% dos encarnados que não fizeram a escolha pela dor.
Deixando o véu de maia [5] (ilusões) de lado, se eu pudesse indicar um caminho a vocês, seria a busca pelo conhecimento, pois entre o amor e o conhecimento, é o mais facilmente compreendido pelo ser humano normal. Pouquíssimas pessoas olham o mundo além de seus umbigos, o que é condição sine qua non (“sem o qual não pode ser”) para iniciar a busca do amor, caminho mais curto, mas, no entanto, também muito mais difícil.
Com o conhecimento, poderíamos adiantar a grande descoberta interior (insight [6]). O conhecimento faz com que possamos participar do processo cármico e, conforme aprendemos mais sobre nós e o caminho que buscamos naquela encarnação poderemos estar mais e mais próximos do grande aprendizado, galgando, assim, mais um grau na nossa evolução.
O véu do esquecimento pode ser tirado? Em casos raros, quando a pessoa tem a possibilidade de um equilíbrio emocional e espiritual, o Universo acaba trazendo estas informações das vidas passadas para que, desta forma, o aprendizado se intensifique. É por esta razão que estou aqui, para dividir um pouco do que o Universo me disponibilizou. Hoje sei que muito mais para que eu pudesse entender as minhas reações na atual encarnação do que pelo próprio processo em si, e mais ainda, para dividir esta vivência com as outras pessoas.
Os mecanismos usados pelo Universo para disponibilizar este tipo de informação são infinitos, mas, para mim, isso aconteceu através dos mentores (seres desencarnados), de sonhos e de uma pessoa com extrema sensibilidade que jogava tarot. Cada um deles validava e acrescentava fatos ao anterior, o que me fizeram confirmar e também vislumbrar uma pequena parte deste meu caminho espiritual.
O que busco hoje com relação à espiritualidade, já havia conseguido alcançar há seis mil anos. Como isso pode ser, finalizar no passado a busca que, no presente,  ainda não estou nem perto de conseguir?
Meus amigos, somos seres eternos e nosso aprendizado é ilimitado, transcende tempo e espaço. Por isso amo o Universo e o Criador da vida, pois nos é dado chance de buscá-lo. Sempre.
Vou contar a minha história. Há seis mil anos, eu era um monge Shramana [7] (o Buda mais conhecido, Sidarta Gautama [8], mais ou menos quinhentos anos antes de cristo, se tornou um shramana, um asceta errante). Era um monge de uma religião anterior ao budismo. Vivia nos Himalaias [9] e passei minha vida toda me dedicando à iluminação e à busca do nirvana [10]   (ou sintonia com o Universo e o Criador).
Quando desencarnei fui recebido pelos meus amigos com festa e informado que naquela vivência eu havia conseguido elevar meu nível espiritual ao patamar que tinha sido planejado para aquela encarnação. Foi aí, há seis mil anos, que consegui chegar a meu ápice, o ponto de maior nível perante a espiritualidade.
Por isso, tendo conseguido chegar a este nível, eu poderia ter mais condições de reencarnar com uma das mais difíceis provas que um ser pode ter. Meu próximo aprendizado, para o qual necessitaria de um enorme equilíbrio emocional, era administrar uma vultosa quantidade de poder e de dinheiro. Esperava-se que eu fosse capaz de acessar os conhecimentos assimilados em minha alma imortal para, depois de algum tempo, reconhecer que o caminho natural para o Criador seria o de retorno de todos esses recursos para as pessoas menos favorecidas, ou seja, entregá-los novamente ao Universo.
Bom, vocês podem imaginar que as coisas não ocorreram conforme planejado. Afinal, se assim fosse, eu não estaria aqui a contar minha história. Obviamente, caí. Caí muito, de maneira inversamente proporcional a minha subida. Apesar de tudo, temos uma coisa boa em relação a minha caída, pois, dividindo minha vivência, eu alerto aos eternos estudantes espirituais a necessidade premente de nunca esquecer a Luz do Criador e de nossa Essência Divina. Se o fizermos, a queda é muito, mas muito, dolorosa e, infelizmente, deixamos neste percurso companheiros a chorar por nós a cada ponto da decida.
Eu reencarnei carregando comigo meu nível espiritual dentro do meu inconsciente e também poder, dinheiro e uma necessidade de devolver isso para o Universo. Estes eram os elementos que deveriam fazer parte da minha próxima prova pois, a cada nova existência, quando conseguimos zerar nossa conta cârmica, buscamos completar as situações que nos faltam vivenciar. O meu grande desafio era ter muito poder e dinheiro e, mesmo assim, não me corromper.
Com sapiência, deveria perceber que poder e dinheiro, na realidade, não são nada e que, apenas com a devolução destes recursos que foram entregues aos meus cuidados pela evolução, eu poderia galgar mais um novo grau dentro da Luz.
Acabei me desviando muito do projeto inicial, não consegui trazer o equilíbrio da outra encarnação e, no percurso, me corrompi devido a todos os prazeres do mundo, não devolvendo o que o Universo tinha me disponibilizado para amenizar as dores dos meus irmãos. Fui extremamente implacável e busquei muito além daquilo que tinha me sido concedido. Dilapidai o já muito escasso recurso de meus irmãos humildes, tirando-lhes a sobrevivência e a liberdade sem nem a menos titubear no intuito tirano de possuir tudo.

Cont...
22/08/09


[1] "véu do esquecimento" - barreira da memória que se manifesta em forma de amnésia - nos impede de acessar as nossas memórias passadas. Todavia, espíritos mais elevados são capazes de lembrar-se espontaneamente, não apenas dos fatos da existência imediatamente anterior à vida atual, como de várias vidas passadas.

[2] A Reencarnação é a ação de encarnar-se sucessivas vezes, ou seja, derivada do conceito aceito por doutrinas religiosas e filosóficas de que, na morte física, a alma não entra num estágio final, mas volta ao ciclo de renascimentos. Platão já tratava deste conceito em suas obras. Atualmente, esta crença é defendida por religiões de origem hinduístas e espiritualistas.

[3] Carma ou karma (do sânscrito-"ação") é um termo de uso religioso dentro das doutrinas Budista, Hinduísta, Jainista, Teosofia e pelo Espiritismo para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências. Este termo, na física, é equivalente a lei: "Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário". Neste caso, para toda ação tomada pelo Homem ele pode esperar uma reação. Praticou-se o mal então receberá de volta um mal em intensidade equivalente ao mal causado. Praticou-se o bem então receberá de volta um bem em intensidade equivalente ao bem causado. Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião discutida, este termo pode parecer diferente, porém sua essência sempre foca as ações e suas consequências.

[4] Expiações e Provas: é a situação atual do nosso planeta, que nos oferece o exemplo de um dos tipos de mundos expiatórios. Os espíritos têm que lutar ao mesmo tempo contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza. O mal predomina sobre o bem, e consequentemente o sofrimento predomina sobre a felicidade. Os espíritos aí encarnados têm que expiar, ou seja, consertar erros do passado, de outras encarnações, e ao mesmo tempo passar por provações, cujo objetivo é fazer evoluir as qualidades do coração e da inteligência. Class.Esp. 5 cat. conforme o grau de evolução material e moral dos habitantes destes planetas. 1) Mundos Primitivos, 2) Mundos de Expiação e Provas, 3) Mundos Regeneradores, 4) Mundos Felizes, 5) Mundos Celestes ou Divinos.

[5] Véu de Maya é muito mais do que a ilusão dos sentidos. É o poder formador e plasmador de todos os cenários e de todos os aspectos “externalizados” de tudo que existe. É a capacidade infinita da mente universal de criar imagens caleidoscópicas para o fluxo da existência. Nossa incapacidade de decodificar essas imagens e ver sua realidade intrínseca é que faz com que Maya pareça ser para nós a grande ilusão.

[6] Insight o ato ou resultado de aprender a verdadeira natureza das coisas, enxergar intuitivamente. Capacidade de observação profunda e da dedução ; discernimento; percepção.
[7] Samanas ou Shramana em sânscrito, significa monge errante. O termo e Aplicavel a Jain e monges budistas. Foi igualmente aplicavel para outras tradicoes monasticas na india como o Ajivikas, que estao estintas. praticavam renuncia e austeridade. Eles teriam condicao de submeterndo-se a condicoes extremas e tentando manter a calma durante o todo, Alega-se que eles podiam jejuar por semanas em um trecho em um trecho e que as condicoes adversas, como calor , o frio e as fortes chuvas tinham pouco ou nehum efeito sobre eles
[8] Sidarta Gautama (transl. Siddhārtha Gautama, em páli Siddhāttha Gotama) foi um professor espiritual da região nordeste da Ásia Meridional que fundou o Budismo.[1] Os budistas em geral o consideram como o Supremo Buda (Sammāsambuddha) de nossa era. A época de seu nascimento e de sua morte são incertos: os primeiros historiadores do século XX datavam seu tempo de vida em c. 563 a.C e 483 a.C. à sombra de uma figueira teria sido iluminado. Ele teria visto infinitos mundos, encarnações de todos os seres, todas as causas e todos os efeitos.
[9] O Himalaia, Himalaias ou Cordilheira do Himalaia é a mais alta cadeia montanhosa do mundo, localizada entre a planície indo-gangética, ao sul, e o planalto tibetano, ao norte. A cordilheira abrange sete países (Índia, China, Butão, Nepal, Paquistão, Myanmar, Afeganistão) e contém a montanha mais alta do planeta, o Monte Everest. O nome Himalaia vem do sânscrito

[10] Nirvana seria uma superação do apego aos sentidos e da ignorância e a superação da existência, que é pura ilusão e que também é conhecido como o 9º sentido.

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